PRODUTOS CLORADOS

05/01/2009 22:41

ALVEJANTES
Alvejante sem cloro avança e a concorrência reage
Os ingredientes químicos que entraram em cena para substituir o cloro sem manchar as roupas são o peróxido de
hidrogênio - a popular água oxigenada - e o percabonato de sódio
Tirar manchas de roupas sempre foi um problema para a dona-de-casa e um desafio ainda maior para a indústria de limpeza. Na
disputa para garantir um tecido uniforme, as empresas enfrentam desde a concorrência de receitas caseiras até uma avalanche de
marcas informais - a água sanitária clandestina alcança 55% dos lares. Mas uma nova geração de produtos, em pó e sem cloro, está
sacudindo o mercado de alvejantes e já reverbera no de sabão em pó. A ponto de renovar marcas tradicionais e sinônimo de
categoria, como Cândida, e fazer a Unilever olhar com mais atenção para sua linha Brilhante.
Há um verdadeiro abismo entre os produtos disponíveis hoje nas prateleiras. De um lado, um produto tão simples como a água
sanitária, vendida a apenas R$ 1,50. De outro, uma tecnologia inovadora de um produto em pó, que pode custar até R$ 22. No meio
do caminho, os alvejantes que encontraram na fragrância uma possibilidade de fugir do mau cheiro típico do produto.
A diferença de preço está na tecnologia. Basicamente, o mercado de alvejantes divide-se entre os produtos com cloro (para roupas
brancas e limpeza caseira) e sem cloro (líquidos ou em pó, para roupas coloridas). Embora os produtos clorados respondam por
cerca de 85% do faturamento do setor e mais de 95% do volume, os sem cloro avançam rapidamente - cresceram 24% nos
primeiros oito meses do ano e os alvejantes, 7,5%.
Os ingredientes químicos que entraram em cena para substituir o cloro sem manchar as roupas são o peróxido de hidrogênio - a
popular água oxigenada - e o percabonato de sódio. Foi essa descoberta que deu empurrão nos negócios mundiais da Reckitt
Benckiser. A linha Vanish, que estreou no Brasil em 2000, já responde por 15% da receita da companhia no país, que tem marcas
fortes como o multiuso Veja e o inseticida SBP.
É líder de mercado entre os alvejantes sem cloro, com 78,1% em valor segundo dados Nielsen no acumulado de janeiro a agosto de
2007, mas no mercado total de água sanitária ainda está na segunda posição, com 11%, metade do primeiro colocado, a nacional
Q-Boa. "Nosso foco é em pesquisa e desenvolvimento, fazemos lançamentos semestrais" diz Michele Polesel, diretor de marketing
da Reckitt Benckiser. Segundo ele, Vanish é a marca que mais recebe investimento na Reckitt. De janeiro a agosto foram R$ 40
milhões.
Mas o produto da Reckitt ainda é acessível a um público bastante limitado. O Vanish Powder O2, a versão em pó, muito cara para os
padrões brasileiros, está restrita às classes A e B. Para tentar chegar a um público de renda mais baixa, a Reckitt lançou uma
embalagem de 230 gramas, vendida entre R$ 6 e R$ 7. A maior delas, de 900 gramas, custa R$ 22. Na versão líquida, Vanish
consegue ter abrangência maior. Disputando o mercado sem cloro com a Reckitt, estão Unilever, Minuano (que também lançou uma
versão em pó) e as marcas próprias dos varejistas.
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Brilhante, da Unilever, está nas duas pontas: água sanitária e alvejantes perfumados com e sem cloro. No mercado total de
alvejantes é a terceira marca, com 9,5%, mas perdeu 3,9% de participação na versão sem cloro nos primeiros oito meses de 2007
em relação a igual período de 2006. Reagiu rapidamente. O produto está com nova embalagem.
A briga dos alvejantes em pó, sem cloro, já chega ao mercado de sabão em pó. Embora o produto deva ser adicionado ao sabão e
não substitui-lo, a marca Omo Progress, da Unilever, chegou a anunciar na sua embalagem que o seu produto dispensava o uso do
alvejante sem cloro.
Na outra ponta, das águas sanitárias e produtos com cloro, a concorrência não é menos acirrada. Além do alto grau de
informalidade, o mercado é extremamente pulverizado, com várias marcas regionais. A líder desse mercado é a Indústria Anhembi,
há 60 anos no mercado com as marcas Super Cândida, com atuação na cidade de São Paulo, e Q-Boa, vendida nas demais regiões
e dona de uma fatia de mercado de 20%.
Há cerca de um ano e meio, as duas marcas começaram a passar por um processo de reformulação. "Percebemos que
precisávamos atualizar o produto", diz Ana Paula Zanholo, gerente de marketing. O formato da embalagem e o logotipo mudaram e
o rótulo deixou de ser de papel. Por conta do alto índice de falsificação de Cândida - as embalagens são reutilizadas com produtos
sem procedência - a empresa investiu em uma tampa com lacre. Também acaba de criar uma mistura de alvejante e detergente com
microcápsulas que elimina o cheiro de cloro nas mãos. "O alvejante sem cloro ainda é um nicho e específico para roupas. Nosso
mercado é muito maior, da roupa branca à limpeza caseira", pondera Ana Paula.
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